Hoje eu estava vendo televisão, zapeando pelos canais que costumo assistir e parei no Discovery Home & Health.  Me perdi  em alguns programas sobre dieta, sobre roupas… até chegar o comercial do programa SuperNanny. Nossa, como os pais que participam desse programa sofrem com as crianças e como as crianças que participam desse programa sofrem com os pais! Aí fiquei pensativa…

Será que a criação dos filhos se tornou uma tarefa tão árdua que é preciso chamar uma babá e expor a sua intimidade familiar em rede internacional de televisão? Ou será que o modelo de relações moderno é tão compacto, corrido e virtual que estamos perdendo o básico da interação entre seres humanos? Com os amigos é mais fácil: um telefonema, um sms, um scrap no orkut, um recadinho no mural do facebook… Fica mais fácil acompanhar a vida de quem gostamos através de fotos no orkut ou de um post no twitter. Mas e as crianças? Será que elas conseguem assimilar isso? Será que NÓS conseguimos assimilar isso?

O que existe de mais triste nesse mundo moderno, virtual é a falta de contato humano. É tão simples e tão rápido mandar um recadinho daqueles prontos disponíveis em vários sites dizendo que sentiu saudades, tão mais prático do que pegar um ônibus, um carro, um táxi ou dar uma caminhada até a casa de alguém que realmente amamos e dizer isso pessoalmente. É tão mais simples mandar um sms desejando um bom dia, do que pegar o telefone, ligar, desejar um bom dia pessoalmente.

Enfim, enquanto seres humanos estamos experimentando uma nova forma de sociedade. Uma sociedade onde a velocidade na troca de informações se faz cada vez mais necessária e o contato humano se torna cada vez mais secundário. Hoje em dia se usa internet até para arrumar namorados e pasmem: algumas pessoas conseguem manter relacionamentos à distância, sem sequer ter visto o(a) amado(a) sequer uma vez na vida. Algumas pessoas conseguem sobreviver num relacionamento sem pegar na mão, sem beijar na boca, sem fazer amor…

A tecnologia existe para simplificar a nossa relação com o mundo, otimizar o tempo que dispomos… Mas ultimamente a tecnologia tem servido, em muitos casos, para diminuir a nossa participação real em nossas interações, em nossa socialização. Cada vez mais beijos, mais abraços, mais carinhos e mais palavras amigas são substituídas por um texto digitado em poucos minutos. Cada vez menos mãos se tocam, menos afagos são feitos.

Então, fica o meu pensamento, o meu devaneio. Hoje eu vou conversar com alguém pessoalmente, e dar um pouco do meu amor para além da tela.